Bons tempos aqueles que a revista Veja colocava matérias de saúde na capa



A idade não revela somente cabelos brancos, baixa produção de colágeno e queda hormonal. Ela traz consigo a inerente experiência de quem, ao longo da carreira, construiu resultados inesquecíveis. Hoje vou compartilhar com vocês mais uma de minhas façanhas profissionais. Isso foi lá em 2003, quando atendia a farmacêutica Novartis e, definitivamente, me apaixonei pela área de saúde. Eu era a responsável pelo atendimento de todas as unidades de negócios no Brasil, além das áreas institucional e corporativa. Mas uma das BUs (business units) me encantou, a de Oncologia. Foi juntamente com o head da área, Roberto Alvarenga, que traçamos a ousada estratégia de assessoria de imprensa que culminou na publicação da matéria Adeus Quimioterapia na capa na revista Veja, em 2003.

 

 

A nossa empreitada na época era divulgar dois grandes medicamentos: o GLIVEC e o FEMARA. O primeiro para tratar a leucemia mielóide crônica e o segundo, câncer de mama. Glivec era o primeiro medicamento para o tratamento do câncer que atuava somente atacando as células doentes enquanto que Femara vinha como uma luz no fim do tratamento com tamoxifeno, outra conhecida droga que devido aos grandes efeitos colaterais, tem limitado período de uso e Femara através de um estudo, comprovou-se eficiente e eficaz para a continuidade do tratamento do câncer de mama, pós tamoxifeno. Eram duas notícias que traziam uma réstia de esperança para inúmeros pacientes com câncer, no Brasil e no mundo.

 

 

Voltemos à estratégia. Nossa aposta foi a de convidar a editora de saúde da Veja para participar de um dos maiores congressos de oncologia do mundo e nele a Novartis estava divulgando informações sobre suas drogas que viriam a revolucionar a busca por melhor qualidade de vida e sobrevida aos pacientes com câncer. Após idas e vindas, veio então a resposta positiva. A revista aceitou viajar a convite da Novartis.

 

 

Mas para que isso fosse possível, é preciso retroceder cerca de 6 a 8 meses. Tudo começou na reunião de briefing para 2003 com todos os diretores das BUs, quando iniciamos a primeira grande negociação. Tivemos que convencer a todos que a área de oncologia naquele ano era a que tinha as melhores notícias e que, portanto, o que estava em jogo não era esta ou aquela unidade de negócio, mas sim o corporativo, a Novartis. Vaidades à parte, após muita discussão, concordaram. E lá fui eu iniciar os contatos com a Veja.

 

 

Como de costume o start aconteceu com uma ligação telefônica seguido de envio de email com um convite para um almoço de aproximação. Após isso, ocorreu o envio de muitas informações privilegiadas e exclusivas como forma de fomentar o relacionamento. E claro contando com o Roberto sempre a postos para os esclarecimentos e questionamentos da revista e seus jornalistas. E assim se sucedeu até o momento do embarque para os Estados Unidos, país que sediaria o congresso. Alvarenga pessoalmente acompanhou a jornalista que também foi conhecer as instalações da Novartis naquele país. Na volta foram nem sei quantas ligações e checagens de informações. E finalmente matéria publicada.

 

 

Se junta a esse case não só a matéria de Veja, mas também uma matéria no JN em que o próprio Bonner na chamada, numa atitude absolutamente inédita na TV Globo, cita o nome comercial do medicamento, o Femara. Para essa conquista em associação o caminho percorrido foi o alinhamento com a área de comunicação da matriz farmacêutica suíça e assim que o resultado do estudo de Femara foi divulgado internacionalmente, realizei o contato com o produtor do JN aqui em São Paulo. O Marcos Aidar, um querido até hoje, me garantiu que a informação era boa e que subiu para a finalização no Rio de Janeiro e que mais do que isso não poderia me confirmar nada. Expectativas a milhão e ainda por cima tinha que segurar a ansiedade do cliente que também estava prá lá de Bagdá. Nunca fui tão feliz assistindo ao JN quanto naquela noite. Bingo a matéria havia sido aprovada pela produção do Rio e foi ao ar com imagens do internacional e citações da empresa no Brasil. Depois disso, choveu jornalista ligando querendo dar a matéria em seus veículos, e foram tantas réplicas que já nem me lembro mais.

 

Mas o que foi mesmo impossível de se esquecer foi o prêmio que a BU de Oncologia Brasil ganhou, o PR of the World que carinhosamente Roberto Alvarenga compartilhou comigo. Para mim foi o reconhecimento da matriz de uma multinacional que nomeou como excepcionais os resultados de divulgação ou de PR (public relations) como gostam de chamar, da área de oncologia daquele ano.

 

Guardo até hoje este case como fruto de um trabalho bem sucedido e em parceria com o cliente. Pois é como costumo dizer, quando o cliente confia no feeling do assessor de imprensa e entende que ambos trabalham pela mesma causa, o resultado quase sempre é vencedor.

 

 

Obrigada Roberto pelo engajamento e cumplicidade naquela época, sem isso não teríamos chegado lá. E por falar em Roberto, perdemos o contato direto quando ambos fomos em direções diferentes, mas como este mundo é muito pequeno, anos após o reencontrei em um evento no WTC. Agora eu já estava à frente da WR e ele por sua vez como Presidente Latam da BIOTRONIK. Bastou um reencontro para que as lembranças bem sucedidas do passado voltassem e ele me convidou para ajudá-lo na condução da Comunicação Externa e Interna da BIOTRONIK que eu aceitei prontamente o desafio e há três anos vem fazendo parte de nossa carteira de clientes.

 

 

Compartilho com vocês o depoimento que Roberto nos deu por ocasião da repaginação do novo site da WR.

 

 

"Considero comunicação um dos importantes pilares estratégicos de uma empresa, pois grande parte dos problemas corporativos (e porque não pessoais?) que hoje enfrentamos, advém de uma má comunicação interna (entre e para colaboradores) e externa. Para isso, a escolha de uma agência de comunicação que entenda nossas necessidades e proativamente procure soluções inovadoras, é fundamental para minimizarmos estes problemas e, por isso, trabalhamos com a WR- uma agência "boutique", onde falamos diretamente com os sócios e pessoas que nos atendem prontamente e de maneira individualizada. Recomendo a WR para aquelas empresas que visam um atendimento personalizado e focado em desenvolver um programa de comunicação estratégica para sua empresa."

 

 

Wal Ruiz

Fundadora e Diretora Executiva na WR Estratégica


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