Mulheres. nós somos a alma e a força das empresas. o bônus é nosso. não duvidem!



A sempre oportuna discussão sobre equidade de gênero, principalmente no ambiente de trabalho, voltou com força às redes socias na última semana, após a jornalista Renata Vasconcelos dar uma boa resposta em rede nacional a um dos candidatos à Presidência da República. A mulher é constantemente colocada à sombra dos homens, em casa ou no ambiente de trabalho e algumas vezes, pasmem, quem comete o ato misógino são outras mulheres que escolhem se comportar de forma hostil para defender o "seu próprio espaço", esquecendo que o algoz não é a outra mulher.

 

 

A essência de tudo começa em nós mulheres. Somos nós que temos a capacidade de gerar outra vida. E quem como nós tem esse poder, tem imponderavelmente a força ao seu lado para o que quer que seja. E para explicar melhor o meu pensamento resolvi dar uma volta ao passado.

 

 

Chefe inseguro, quem nunca? Pois é, eu tive alguns. Porém, um, ou melhor uma, se destaca na minha carreira. Na época exercia a função de atendimento em uma Top Five de PR e era praticamente recém-casada com um jovem e promissor executivo. Mas você deve estar se perguntando o que tem a ver o meu estado civil. Guarde esta informação que voltaremos mais tarde nisso.

 

 

Pois bem, num dado dia ao adentrar a copa para tomar o meu habitual cafezinho matutino, minha chefe liderava, animadamente, uma conversa com outras coordenadoras e quando percebeu a minha chegada, mudou o rumo da prosa, falando, em alto e bom tom, só para me provocar: "Essas mulheres casadas com executivos que viajam demais, deviam viver de mala feita e preparadas para cuidar melhor do marido, ao invés de ocuparem um lugar no mercado de trabalho". Pensei por alguns momentos em simplesmente sair dali com o meu cafezinho na mão, mas foram somente alguns segundos para eu mudar de ideia e resolver fazer parte do divertido bate-papo.

 

 

Na ocasião apenas respondi que eu era essa mulher do exemplo segura e autoconfiante o suficiente para cuidar do meu marido, de outras maneiras, e que as constantes viagens nada mais eram do que um elemento que ajudava a apimentar a rotina do casamento. Além disso, eu ainda me considerava uma boa profissional. Claro que depois dessa agradável conversa, após uma semana estava eu sentada na sala do dono da agência que não sabia nem ao certo como e o porquê, mas me desligou. Fiquei bastante chateada, mas é vida que segue.

 

 

Há 10 anos resolvi empreender e desde então venho colecionando cases de sucesso na WR. Meu marido, olha ele aí de volta, tornou-se um executivo com sólida carreira na área financeira de multinacionais. E quanto a ex-chefe, o que foi feito dela? A última informação que obtive foi a de que após tentar carreira solo, voltou a pedir emprego de atendimento na tal Top Five de PR.

 

 

Mas a minha verdadeira intenção ao expor esta passagem de minha vida foi a de ilustrar o que diz o velho ditado - que por trás de um grande homem sempre há uma grande mulher. Isso mesmo, nós mulheres e esposas temos a força incondicional de superar todos os desafios, para que nossos homens caminhem resolutamente rumo ao sucesso. E claro fazemos isso sem nos deixar de lado, pois somos mulheres, mães, filhas, irmãs, profissionais, empresárias, empreendedoras e esposas e ainda temos ao nosso lado a amabilidade do suposto sexo frágil.

 

 

Por isso, nós podemos ser o que sonhamos ser. Sim, é bem verdade que na maioria das companhias a liderança é masculina, mas a alma das empresas é feminina. Isso mesmo!!! Quem ao final de um dia de trabalho exaustivo - sim porque nós mulheres fortes também trabalhamos, seja interna ou externamente - tem a capacidade de ouvir e acalentar seus maridos? Somos nós, as esposas. Não fosse por nosso grande talento em superação, a maioria desses líderes não teriam a tranquilidade necessária para exercerem suas rotinas diárias.

 

 

Por isso, não sou menos que o meu marido. Ambos crescemos. Claro cada um ao seu jeito. Mas eu aqui em casa tenho a certeza renovada a cada dia, a cada final de mês, a cada final de quarter, a cada final de budget ou em todos os bônus recebidos, que o alicerce para a conquista disso tudo fui eu. Então, acredito piamente, que nós mulheres além de todas as nossas atribuições, temos sim que acompanhar nossos maridos nessa jornada corporativa, não como a mulher de mala a tira colo, mas como a fortaleza que está pronta para absorver qualquer impacto, seja positivo ou negativo.

 

 

Wal Ruiz

 

Especialista em comunicação organizacional


Publicações